Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: MINAS GERAIS, município de Dionísio (França 406), Marliérea (Bosquete et al 67), Rio Doce (Kuhlmann 338), Caratinga (Lopes 895), Tombos (Mello-BARRETO 1705); ESPÍRITO SANTO, município de Linhares (Spada 149), São Gabriel da Palha (Salvani e Lorenzi 1815). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie não ocorre no estado do Espírito Santo.
Árvore de até 28 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pequi-preto, carvalho ou merindiba-bagre, foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Área antrópica associadas a Mata Atlântica nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Apresenta distribuição quase restrita, EOO=23654 km² e ocorrência em fitofisionomias florestais severamente fragmentadas. Estima-se que restem atualmente cerca de 15% da vegetação original da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Ribeiro et al., 2009). No Espírito Santo e em Minas Gerais, onde somente 12% e 11% da vegetação nativa de Mata Atlântica permanecem conservados, respectivamente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018), a espécie pode estar em declínio contínuo pois é amplamente utilizada para carpintaria em geral e produção de carvão vegetal (Tropical Plants Database, 2018). Apesar de ocorrer em áreas de pastagem abertas, muitas vezes se beneficiando deste ambiente (Lorenzi, 2002), a agricultura representa uma ameaça a espécie, considerando o manejo da área pelo fogo (Conab, 2018; Lorenzi, 2002). Neste contexto, Q. megalocarpa foi considerada Quase Ameaçada (NT), podendo chegar a Vulnerável (VU) no futuro próximo caso o processo de destruição dos ecossistemas florestais em que foi registrada se perpetue e mantenha taxas de perda de cobertura florestal constantes ou superiores as atualmente documentadas. Torna-se urgente a condução de pesquisa específica a fim de se levantar dados populacionais quantitativos e medidas legais de proteção (Plano de Manejo). Tendências populacionais de perpetuação do táxon devem ser investigadas a fim de se evitar sua inclusão em categoria de ameaça mais restritiva no futuro.
Descrita em: Acta Bot. Neerl. 2: 210, fig. 14. 1953. Popularmente conhecida por Pequi Preto no estado do Espírito Santo (Folli 1237), como "carvalho" na região do município de Rio Doce, estado de Minas Gerais (Kuhlmann 338) e merindiba-bagre, na região de Tombos (MG) (Mello-Barreto, 1705).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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2 Species stresses | 2 Agriculture & aquaculture | habitat | past,present,future | regional | high |
Apesar da espécie ocorrer em áreas de pastagem abertas, a pleno sol ou sombra espasa (Lorenzi, 2002), a agricultura representa uma ameaça a espécie, considerando o manejo da área, como por exemplo a queima na região do município de Linhares (ES). Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares e Zonta, 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | locality,habitat,occupancy,occurrence | present,future | regional | very high |
No município de Rio Doce (MG), a espécie ocorre em fragmento ralo de vegetação secundária, imerso em área degradada, próximo ao Rio Doce, onde houve o desastre ambiental de Mariana (Google Earth Pro Version 7.3.2., 2018). Os impactos imediatos do tsunami foram trágicos: em um dia, a onda atingiu o rio Doce, um dos maiores rios do Brasil fora da bacia amazônica, e atravessou 600 quilômetros antes de transbordar no Oceano Atlântico em 21 de novembro (Escobar, 2015). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na RESERVA FLORESTAL LINHARES (PI) e na ESTAÇÃO BIOLÓGICA DE CARATINGA (PI) |
Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
Ele é usado apenas localmente para aplicações como construção geral, fabricação de armários leves, carrocerias, cabos de ferramentas, caixas(Tropical Plants Database, 2018). Na região de Linhares (ES) possui também aplicação em caibros,ripas,tabuas e etc (Spada 149). Na região do município de Rio Doce (MG), a madeira é empregada em dormentes, baldrame e esteios (Kuhlmann 338). | ||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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7. Fuel | natural | stalk |
A madeira é usada como combustível e para fazer carvão (Tropical Plants Database, 2018). | ||
Referências:
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